terça-feira, 19 de outubro de 2010

Crime e Castigo

Fui iniciado a ler Fyodor Dostoievski por dois autores que gosto muito, Eugene Peterson e Philip Yancey.
Peterson narra um momento de aridez espiritual que estava vivendo e como encontrou uma amplidão em seus horizontes marcando encontros semanais de leitura das obras desse genial romancista russo. 
Yancey, em seu belo livro “Alma sobrevivente”, fala dos seus gurus espirituais, e mostra como os romances de Dostoievski, escritos no século XIX, o ajudaram a encontrar uma espécie de graça encantadora em seus personagens. 
Bem, eu tinha que experimentar por mim mesmo e rendi-me aos encantos desse homem contraditório que deixou um legado imorredouro em suas obras.

“Crime e Castigo” é romance denso, encrustrado de ideias que combatiam as teorias difundidas por muitas correntes iluministas do seu tempo. 
Numa bela passagem, um dos personagens de “Crime e Castigo” fala: “No último julgamento Cristo nos dirá: ‘Vinde, vós também! Vinde vacilantes! Vinde filhos do opróbrio!’ E dir-nos-á: ‘Seres vis, vinde, porém, da mesma forma, vós também’. E os sábios e os prudentes dirão: ‘Senhor, porque os acolhes?’ E Ele dirá: ‘Se os acolho, homens sábios, se os acolho, homens prudentes, é porque nenhum deles jamais foi julgado digno’. E Ele estenderá os seus braços, e cairemos a seus pés, e choraremos e soluçaremos, e então compreenderemos tudo, compreenderemos o evangelho da graça! Senhor, venha o teu reino”.
Que percepção extraordinária da graça de Deus, que aparece nos lugares mais surpreendentes e até improváveis, provocando como resultado o que há de mais sublime no ser humano.
Convido você a provar com seus próprios olhos a deliciosa leitura desse que foi um dos maiores romancistas de todos os tempos. Faz bem para a alma...



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